Apneia obstrutiva do sono pode aumentar o risco de infecção pela COVID-19
Publicado em 01/04/2021
Artigo do Instituto do Sono em periódico norte-americano chama a atenção para a relação entre as doenças.
Pacientes com apneia obstrutiva do sono (AOS) têm maior risco de infecção e de desenvolver um quadro agravado de COVID-19. O alerta está em um artigo científico assinado pelos pesquisadores do Instituto do Sono Sergio Tufik,David Gozal, Isabela Antunes Ishikura, Gabriel Natan Pires, e Monica Levy Andersen. O texto foi publicado no periódico norte-americano Journal of Clinical Sleep Medicine, reconhecido como um dos mais renomados neste segmento de Medicina do Sono no mundo.
Relação entre apneia obstrutiva do sono e o novo coronavírus
A COVID-19 geralmente se manifesta como comprometimento respiratório, principalmente nas apresentações graves da doença, entre pessoas com idade superior a 60 anos, homens e pessoas com obesidade e disfunção cardiometabólica. Esse também é o perfil mais comum dos acometidos pela AOS.
O artigo aponta ainda que, embora a maior parte dos casos confirmados de COVID-19 esteja associada a uma apresentação clínica comum de insuficiência respiratória, uma preocupação considerável surge em função das manifestações cardiovasculares graves observadas nos pacientes.
“A evidência de lesão cardíaca, choque e arritmias está presente em 7,2%, 8,7% e 16,7% dos pacientes [com COVID-19], respectivamente, ou seja, maior do que a prevalência entre pacientes em unidades de terapia intensiva que não estão infectados com SARS-CoV-2. Portanto, é possível que um efeito arritmogênico de COVID-19 contribua potencialmente para resultados adversos da doença”, traz a publicação.
O estudo destaca que doenças cardiovasculares preexistentes associadas à comorbidades, como AOS, podem levar ao aumento da probabilidade de necessidade de internação em unidade de terapia intensiva (UTI) e até mesmo aumentar a mortalidade geral da doença.
Apneia obstrutiva do sono
Um dos distúrbios respiratórios relacionados ao sono mais comuns, AOS possivelmente afeta até 1 bilhão de pessoas em todo o mundo. A doença é marcada por aumentos transitórios na resistência das vias aéreas superiores, acompanhados de aumento do esforço respiratório. Durante os episódios de AOS, o indivíduo pode ter taquicardias.