Distúrbios respiratórios de sono: o que são?
Publicado em 12/09/2022
Dormir bem todos os dias é essencial para uma boa saúde. Durante o sono, as energias são recarregadas, o organismo é restaurado e as toxinas são eliminadas do corpo. Esses processos são responsáveis pelo fortalecimento do sistema imunológico, bom funcionamento do cérebro e ajudam a prevenir doenças.
Mesmo diante da importância da qualidade de sono, os indivíduos enfrentam obstáculos para dormir bem. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 40% da população sofre com distúrbios de sono.
Algumas das queixas mais recorrentes nos consultórios estão relacionadas aos distúrbios respiratórios de sono. Continue lendo este post para entender melhor sobre eles.
O que são os distúrbios respiratórios de sono?
Respirar é um mecanismo involuntário e inconsciente. É por isso que respiramos mesmo após o adormecer. No entanto, algumas pessoas podem apresentar anormalidades na respiração enquanto dormem, é o que chamamos de distúrbios respiratórios de sono.
Eles podem atingir todas as faixas etárias e estão relacionados à redução do espaço das vias aéreas superiores (cavidades nasais, faringe e laringe). Consequentemente, ocorrem alterações nos padrões de respiração, fazendo com que o paciente acorde várias vezes durante o sono ou não consiga adormecer. As causas para esses distúrbios são multifatoriais.
Quais são os principais distúrbios respiratórios de sono?
Os distúrbios respiratórios de sono incluem a apneia do sono, a síndrome da resistência das vias aéreas superiores (SRVAS) e o ronco primário.
Apneia do sono
De acordo com o estudo EPISONO, 32,9% da população tem apneia do sono, sendo a mais prevalente entre os distúrbios respiratórios. Essa condição provoca pausas na respiração enquanto o indivíduo dorme.
Como as paradas respiratórias resultam na menor oxigenação do sangue, o organismo tende a sofrer danos. O paciente ainda pode apresentar engasgos noturnos, roncos intensos, sonolência diurna excessiva, hipertensão arterial, redução na memória e alterações no humor.
O indivíduo pode ter 5 ou mais pausas na respiração dentro de uma hora, com duração de 10 segundos cada, em média.
A apneia do sono ainda pode ser dividida em 2 tipos. Confira logo abaixo.
- Apneia obstrutiva do sono: acontece por meio da obstrução das vias respiratórias superiores (garganta). Esta é a mais comum e acomete principalmente pessoas com obesidade, por causa do acúmulo de gordura no pescoço e tórax, que dificulta a respiração.
- Apneia central do sono: ela é provocada por uma disfunção do cérebro, que prejudica o envio de estímulos aos músculos responsáveis pela respiração. Neste caso, as pausas costumam ser mais longas e ocasionam maiores prejuízos, principalmente quando a condição não é tratada.
Além do excesso de peso, a apneia do sono tem como fatores de risco:
- tabagismo;
- mandíbula curta;
- uso de sedativos;
- consumo excessivo de álcool;
- crescimento das amígdalas e da adenoide.
O tratamento dessa condição pode ser feito por meio de um aparelho chamado CPAP. Esse equipamento gera um fluxo de ar contínuo nas vias aéreas através de uma máscara ajustada ao nariz (às vezes junto à boca), mantendo a garganta aberta durante todo o período de sono.
Síndrome da Resistência das Vias Aéreas Superiores (SRVAS)
Roncos, despertares múltiplos e sonolência durante o dia são alguns dos principais sinais da SRVAS. Embora a obstrução não seja suficiente para provocar queda na oxigenação do sangue, é capaz, pelo aumento do esforço respiratório, de prejudicar a qualidade de sono.
A obesidade é um fator de risco para a síndrome da resistência das vias aéreas superiores, pois o acúmulo de gordura leva ao maior estreitamento das vias aéreas e sobrecarga da caixa torácica.
O tratamento pode ser feito por meio do CPAP, medicações, suplemento de oxigênio, redução de peso e métodos cirúrgicos.
Ronco primário
O ronco é um problema que afeta a saúde do indivíduo e também pode prejudicar a qualidade do sono de quem dorme ao lado. Trata-se de um ruído respiratório que ocorre durante o sono, causado pela vibração das estruturas da garganta durante a passagem de ar.
A condição pode estar relacionada a outros distúrbios respiratórios. Porém, isoladamente, não provoca despertares excessivos, bloqueios do fluxo aéreo e nem sonolência diurna. Caracteriza-se apenas pela presença de som durante o sono.
São fatores de risco para o ronco:
- idade avançada;
- obesidade;
- problemas hormonais;
- consumo de bebida alcoólica;
- uso de sedativos e relaxantes musculares;
- alterações estruturais na via aérea superior.
Por ser uma condição multifatorial, existem várias possibilidades de tratamento, podendo ser clínico ou cirúrgico. O tratamento clínico pode ser realizado por meio de medidas comportamentais, perda de peso, fonoterapia, equipamentos intraorais e aparelhos de pressão positiva contínua em via aérea (CPAP).
Como é feito o diagnóstico dos distúrbios respiratórios de sono?
O diagnóstico precoce é fundamental para o sucesso do tratamento e para prevenir consequências negativas. Mesmo assim, a falta de conhecimento sobre esses distúrbios leva o paciente a adiar a consulta com o especialista.
É fundamental buscar ajuda ao identificar sinais e sintomas como ronco, sonolência diurna, dores de cabeça matinais, dificuldade de concentração e alterações no humor.
Um dos exames mais indicados para identificar distúrbios de sono é a polissonografia. Não invasivo, ele é realizado enquanto o paciente está dormindo, podendo ser feito no centro médico ou em domicílio. Assim, são avaliados alguns fatores, como:
- atividade elétrica cerebral e muscular;
- movimento dos olhos;
- fluxo do ar pelo nariz e boca;
- esforço respiratório e níveis de oxigênio no sangue.
Em São Paulo, o Instituto do Sono oferece a polissonografia tanto no centro médico como na casa do paciente. Para saber mais sobre os exames oferecidos, clique aqui.
Se tiver interesse, você pode agendar o exame pelo telefone (11) 2108-7777.
Conte com o Instituto do Sono para cuidar da sua saúde e qualidade de sono.