Espasmos noturnos: tudo o que você precisa saber
Publicado em 21/10/2022
Quem nunca sentiu um movimento involuntário do corpo enquanto dormia que atire o primeiro travesseiro. Também conhecida como espasmo noturno, essa condição é chamada de mioclonia do sono. Geralmente, manifesta-se de forma breve e brusca, sendo capaz de acordar até quem está ao lado.
Os espasmos noturnos, algumas vezes, são acompanhados por alucinações ou sensação de queda livre. O indivíduo pode despertar assustado e ter dificuldade para voltar a dormir.
As causas para essas “sacudidas” durante o início do sono não são totalmente conhecidas. Uma pesquisa realizada na Universidade de Colorado, nos Estados Unidos, aponta que pode ser provocada por uma reação arcaica do cérebro. Ela servia para alertar os nossos ancestrais quando relaxavam demais e corriam o risco de cair das árvores.
Por outro lado, alguns especialistas definem um conflito cerebral como causa para o fenômeno. Seria como se o sistema responsável por manter o indivíduo desperto tivesse em atrito com o mecanismo que induz o sono.
Determinados medicamentos, estimulantes como a cafeína, privação de sono, fadiga excessiva, praticar exercícios físicos antes de dormir e ansiedade podem agravar os espasmos noturnos.
Os tipos de mioclonia para além do sono.
A mioclonia é dividida em quatro tipos, determinados de acordo com suas causas, que podem estar relacionadas ao sono ou não. Para não confundi-los, conheça cada um deles nas próximas linhas.
● Mioclonia fisiológica: está associada à razões naturais do próprio corpo. Raramente precisa de tratamento e pode afetar até pessoas saudáveis. Este é o tipo mais comum e está associado ao sono.
● Mioclonia secundária: seus sintomas são resultados de outros problemas de saúde, como doenças autoimunes, acidente vascular cerebral (AVC), falência do rim e trauma craniano.
● Mioclonia idiopática: geralmente relacionada a fatores genéticos, ela pode acontecer de forma espontânea e em qualquer hora do dia, prejudicando as atividades diárias.
● Mioclonia epiléptica: tem como causa a epilepsia, uma condição que pode comprometer a consciência e provoca surtos de movimentos involuntários.
A mioclonia do sono é motivo de preocupação?
Na maioria dos casos, os espasmos noturnos são reações naturais do corpo e não precisam de tratamento médico. Porém, o indivíduo pode sofrer com perda de qualidade de sono, uma vez que o despertar está acompanhado por medo e dificuldade para voltar a dormir.
Neste caso, é fundamental buscar ajuda de um especialista para identificar a motivação do problema, orientar sobre os melhores hábitos e indicar uma solução para devolver o bem-estar ao paciente.
Também é preciso consultar um médico quando os movimentos involuntários são frequentes, buscando descartar a possibilidade de outras condições médicas.
Os espasmos noturnos durante a infância.
A mioclonia do sono é comum entre bebês e crianças. Ela acontece principalmente no início do adormecer, durante a transição entre a vigília e o sono. Isso porque a capacidade de bloquear os movimentos corporais enquanto dorme é desenvolvida ao longo da vida.
Dessa forma, nos pequenos, esses movimentos involuntários fazem parte do amadurecimento do cérebro. Nesse caso, podem ser motivados por barulhos e excesso de iluminação.
É possível evitar ou reduzir os espasmos noturnos em adultos?
Em relação à mioclonia do sono, alguns fatores podem ser controlados para prevenir o problema. A redução ou término dos movimentos involuntários ocorre por meio da eliminação da causa. Algumas possíveis soluções são:
- cuidar da qualidade de sono
- não praticar atividade física antes de dormir
- buscar métodos para relaxar e diminuir o estresse
- tratar adequadamente distúrbios de sono, como a ansiedade
- evitar consumir cafeína ou outras bebidas estimulantes
Se a mioclonia do sono é uma condição que está tirando o seu sono, busque ajuda especializada o quanto antes. Através da polissonografia, os profissionais poderão avaliar a sua atividade cerebral durante a noite e identificar possíveis distúrbios de sono.