Qual é a relação entre sono e transtorno de ansiedade?
Publicado em 20/04/2023
Preocupação excessiva, medo contínuo de que algo ruim aconteça e falta de controle sobre os pensamentos são desafios comuns para quem sofre com transtornos de ansiedade. São doenças psiquiátricas cada vez mais frequentes no mundo, podendo ainda estar associadas a outros problemas, como bruxismo, depressão e transtorno bipolar.
Além do sofrimento emocional, o indivíduo que possui essa condição pode ser atingido por sintomas físicos, como sudorese, arritmia cardíaca, hiperventilação, náuseas, dores no estômago, tontura e ondas de calor. É como se o corpo entrasse em estado de alerta constantemente, mesmo sem motivos aparentes, imobilizando o indivíduo e prejudicando a sua qualidade de vida.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o país com o maior número de população ansiosa em todo o planeta, com cerca de 18,6 milhões de pessoas afetadas por essa condição. O tratamento dos quadros costuma ser realizado por meio de medicamentos, sempre prescritos pelo médico, e psicoterapia.
A qualidade de sono também deve ser levada em conta no tratamento. Afinal, passar noites em claro e dormir poucas horas por dia são fatores que tendem a piorar os transtornos de ansiedade. Ao mesmo tempo em que o Brasil é o 1º país em casos de ansiedade, 65,5% dos brasileiros relatam ter problemas com o sono, segundo estudo realizado por cientistas da Universidade de São Paulo (USP).
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Por que o sono ruim pode piorar os níveis de ansiedade?
Quando uma criança sente muito sono e é impedida de dormir, geralmente, suas primeiras reações são espernear e chorar, por causa da muita irritabilidade. Com um adulto o efeito é bastante parecido, mas a maturidade o impede de ter uma reação tão “chamativa”.
Assim, o indivíduo sofre consequências, como mudanças de humor, estresse, lapsos de memória e falta de concentração. Quando dormir mal se torna rotineiro, a pessoa fica mais vulnerável a desenvolver quadros como depressão e transtornos de ansiedade, além de piorar problemas psicológicos já existentes.
Uma pesquisa realizada na Universidade de Tel Aviv aponta que, diante da falta de sono, a área cerebral responsável por identificar ameaças é ativada. Diversos hormônios presentes em situações de perigo são liberados, fazendo com que o indivíduo apresente sintomas semelhantes aos da ansiedade, por exemplo: elevação da frequência cardíaca, sudorese, falta de ar e desconforto abdominal.
Por causa da sonolência diurna, resultado da privação de sono, as pessoas podem recorrer a estimulantes como a cafeína, o que também piora os transtornos de ansiedade.
Relação bidirecional
Se a má qualidade de sono piora os transtornos de ansiedade, o contrário também ocorre: a relação entre os 2 problemas é bidirecional. Indivíduos ansiosos podem apresentar dificuldade para dormir bem, o que leva a distúrbios de sono, como a insônia. A preocupação e a angústia em excesso são os principais fatores que impedem o adormecer.
Também há quem sofra com a chamada ansiedade noturna, provocada pelo estresse demasiado ao longo do dia, despertando à noite os pensamentos intrusos que estavam adormecidos pela manhã. Como consequência, a pessoa sofre de palpitações e inquietação na hora em que se deita na cama.
Como reduzir a ansiedade para dormir melhor
Para quem possui transtorno de ansiedade, a primeira ação a ser realizada para amenizar o sofrimento é buscar a ajuda de um psicólogo ou psiquiatra. Só um profissional capacitado pode recomendar a melhor solução, que pode ser medicamentosa ou por meio de terapia cognitivo-comportamental, além da adoção de novos hábitos diários. Em caso de insônia, também é necessário o acompanhamento de especialistas, ou seja, de um psiquiatra ou médico do sono.
Em ambas as condições, recomenda-se a higiene do sono, uma vez que ajuda a melhorar o bem-estar e elevar a qualidade de sono. Confira algumas orientações abaixo!
Leia também: Higiene do Sono – tudo o que você precisa saber sobre essa prática
- Mantenha um horário específico para dormir e acordar todos os dias.
- Se não conseguir adormecer, levante-se e procure uma atividade relaxante para fazer. Somente depois retorne para cama.
- Praticar exercícios de respiração pode ajudar a relaxar e, consequentemente, adormecer com maior facilidade.
- Pratique atividade física, preferencialmente pela manhã. Além de combater a ansiedade, é fundamental para melhorar a qualidade de sono.
- Antes de dormir, evite o uso de celulares, tablets, televisores e similares. As luzes emitidas pelas telas atrapalham o sono.
- Ler e-mails do trabalho, navegar nas redes sociais, atualizar-se sobre as notícias e olhar a fatura do cartão podem aumentar a ansiedade. Evite fazer isso horas antes de dormir!
- Nada de discutir assuntos estressantes perto do adormecer.
- Não consuma bebidas alcoólicas ou cafeína à noite.
- Evite comidas pesadas, pelo menos, 2 horas antes de ir para a cama.
- Crie um ambiente confortável e acolhedor: iluminação baixa, temperatura agradável, pijamas leves e roupas de cama limpas.
Se você não consegue dormir bem diariamente, mesmo com a adoção das dicas acima, conte com os especialistas do Instituto do Sono para diagnosticar e tratar o seu quadro. Com uma equipe multidisciplinar altamente capacitada, oferecemos uma variedade de atendimentos especializados para os diferentes tipos de distúrbios de sono que podem atingir indivíduos em qualquer idade.
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