A Síndrome do Sono Insuficiente e suas consequências para a saúde.

Publicado em 21/07/2023

Sono insuficiente pode levar a problemas físicos e de saúde mentais

Você já abdicou de algumas horas de sono para realizar outras atividades? Quando isso ocorre de forma constante, existe a possibilidade de a situação se transformar em uma Síndrome de Sono Insuficiente. Muito comum na atualidade, a pessoa deixa de dormir para cumprir tarefas de uma rotina agitada, resolver problemas do trabalho ou maratonar uma série, por exemplo.

O tempo ideal de descanso por noite varia para cada indivíduo. A recomendação da Fundação Nacional do Sono, dos Estados Unidos, é de que adultos com idade entre 18 e 64 anos durmam de 7 a 9 horas diariamente. No entanto, a população brasileira dorme apenas 6,4 horas (em média), segundo a Associação Brasileira do Sono (ABS).

A curto prazo, essa privação de sono pode levar a alterações na memória, dificuldade para se concentrar, mudanças de humor, irritabilidade, baixo desempenho no trabalho e nos estudos e até alucinações.

Consequências da Síndrome do Sono Insuficiente para o corpo

Diante dessa era agitada em que vivemos, constantemente conectados e sobrecarregados com compromissos e responsabilidades, é comum negligenciar a importância do descanso para a saúde e o bem-estar. Porém, se o descanso insuficiente se torna rotina, o indivíduo pode sofrer com problemas sérios de saúde. Em 2020, a Associação Norte-Americana do Coração (AHA) passou a considerar a má qualidade de sono como um fator de risco para Infarto do Coração e Acidente Vascular Cerebral (AVC). Acontece que os distúrbios de sono costumam alterar o ritmo circadiano, mecanismo do corpo que funciona como um relógio interno e que determina quando é hora de dormir ou de acordar. Ele também interfere em diversas funções cardiovasculares, como a frequência cardíaca e a pressão arterial.

Se há alterações no ritmo circadiano, a tendência é que haja um aumento do perfil lipídico e da resistência à insulina, o que também colabora com o desenvolvimento da diabetes tipo 2, além de provocar danos a vários outros sistemas do corpo. Ainda vale ressaltar que o estresse é uma das consequências da privação de sono e tende a aumentar a pressão arterial.

Além disso, quem dorme menos tem maior probabilidade de se tornar uma pessoa obesa. A falta de um descanso reparador diário, eleva a produção de grelina, hormônio responsável por estimular a fome. Devido ao aumento do apetite, a maior ingestão calórica pode causar obesidade. A produção de leptina também é afetada pela privação de sono, sendo este hormônio responsável por promover o gasto calórico, regular o metabolismo e controlar os níveis de glicose no sangue.

O sono também é fundamental para o sistema imunológico, que tem a função de proteger o corpo contra microrganismos prejudiciais e algumas doenças, como o câncer. Segundo a pesquisa realizada pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), publicada em 2020, aponta que dormir menos de 6 horas por dia pode prejudicar a proteção contra infecções bacterianas. Também indica uma associação entre privação de sono e diminuição significativa de linfócitos do tipo células NK, essenciais para a imunidade.

A saúde mental e cognitiva recebe impactos significativos 

A síndrome do sono insuficiente também prejudica o bem-estar da mente, além de elevar a probabilidade de demências. Um estudo publicado em 2021 na revista Nature Communications revelou que idosos com idade entre 50 e 70 anos têm um risco aumentado em 30% de desenvolver essa condição, quando descansam 6 horas ou menos por noite. Isso ocorre porque, principalmente durante o sono, o sistema glinfático elimina os resíduos do sistema nervoso central. Entre as substâncias eliminadas está a proteína beta-amiloide, que está associada ao surgimento da Doença de Alzheimer quando acumulada.

E essa não é a única consequência para a mente: quando dormir mal se torna rotineiro, a pessoa fica mais vulnerável a apresentar quadros como depressão e ansiedade, além de agravar problemas psicológicos já existentes. Segundo uma pesquisa realizada na Universidade de Tel Aviv, diante da falta de sono, a área cerebral responsável por identificar ameaças é ativada.

Assim, diversos hormônios presentes em situações de perigo são liberados, provocando sintomas semelhantes aos da ansiedade, como elevação da frequência cardíaca, sudorese, falta de ar e desconforto abdominal. Por causa da sonolência diurna, os indivíduos tendem a recorrer a estimulantes, principalmente a cafeína, o que também piora o transtorno.

Devemos lembrar que, durante uma boa noite de sono, o cérebro fortalece emoções positivas. É o que revela o estudo do Departamento de Neurologia da Universidade de Berna, na Suíça. Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores fizeram estímulos auditivos nos ciclos de vigília-sono. Nessa fase, o cérebro consegue diferenciar segurança e perigo, mas bloqueia reações excessivas à emoção. Segundo o estudo, a transformação da memória emocional durante o sono REM é capaz de enfraquecer emoções negativas, o que pode ser decisivo para o tratamento de problemas psiquiátricos.

A importância de procurar ajuda especializada 

Se você chegou até aqui, já entendeu que manter a qualidade e a quantidade ideal de sono todos os dias é imprescindível para a saúde física e mental. Por isso, diante da dificuldade para dormir bem e suficientemente, busque a ajuda de um médico especializado em sono, além de cuidar da saúde psicológica com um profissional.

Algumas pessoas conseguem amenizar os distúrbios de sono apenas com a adoção de novos hábitos, mas — no caso da síndrome do sono insuficiente, a causa da condição costuma estar relacionada com a vida pessoal e/ou profissional. Dessa forma, tratar a raiz do problema é o que vai transformar pesadelos em sonhos.

Conte com a equipe do Instituto do Sono para dormir com tranquilidade e cuidar da sua saúde. Além de ser referência mundial na área, a organização possui instalações completas para o diagnóstico e o tratamento de distúrbios de sono.

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