Actigrafia: o que é e para que serve?
Publicado em 28/04/2021
Um médico especialista em sono pode combinar diversos recursos para diagnosticar um eventual distúrbio de sono. Além da anamnese (conversa em que o profissional ouve o relato do paciente e faz perguntas direcionadas para a avaliação clínica), estratégias adicionais podem ser utilizadas.
O especialista pode, por exemplo, aplicar questionários específicos ou pedir que você preencha um diário de sono. Também é comum que o médico solicite determinados exames. Um deles é a actigrafia.
A actigrafia é um método econômico e prático de verificar a qualidade de sono, é um exame não invasivo, realizado por meio de um dispositivo usado no pulso. Ele tem como objetivo detectar o padrão de vigília e sono. O exame é utilizado principalmente para auxiliar no diagnóstico de insônia e distúrbios de ritmo circadiano.
Entenda a seguir tudo o que você precisa saber sobre esse exame.
Como é feita a actigrafia?
Para fazer a actigrafia, o paciente recebe um aparelho parecido com um relógio de pulso que deve ser colocado no braço não dominante. Dessa forma, se você é destro, use no braço esquerdo; se é canhoto, no direito.
Esse aparelho ficará no seu pulso por até 4 semanas e registrará o seu padrão de comportamento entre os períodos de sono e de vigília.
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Como a actigrafia funciona?
O aparelho de actigrafia deve permanecer com o indivíduo 24h por dia, até o período alinhado com o médico, o mesmo possui sensores que detectam e registram os movimentos realizados.
Após o uso do aparelho pelo paciente, os dados são compilados e processados por algoritmos, possibilitando estimar os períodos de atividade e inatividade. Uma vez que se espera que haja redução significativa no padrão de movimentos durante o sono, a partir dos gráficos de movimento e descanso os profissionais alcançam inúmeras conclusões.
Assim, é possível obter informações como:
- Tempo total de sono;
- Tempo total acordado;
- Número de despertares durante a noite;
- Latência para o sono (tempo necessário para o início do sono).
Quais distúrbios de sono podem ser diagnosticados com a actigrafia?
Existem muitos distúrbios de sono que podem ser mais bem compreendidos com o monitoramento da actigrafia. Entre eles estão:
- Distúrbios de ritmo circadiano;
- Síndrome de fase avançada do sono;
- Síndrome de fase atrasada do sono;
- Distúrbio de sono de ritmo circadiano não 24 horas;
- Ritmo vigília-sono irregular;
- Distúrbio de sono no trabalho em turnos;
- Insônia;
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Quais são as vantagens da actigrafia?
A actigrafia é fácil de ser realizada, não dói e nem incomoda. O aparelho permanece no pulso do paciente durante todo o período do exame, sendo retirado apenas na hora do banho e recolocado logo após. Assim, a pessoa pode desempenhar com autonomia todas as atividades do seu cotidiano, sem indisposições adicionais.
Do ponto de vista médico, a vantagem é que a actigrafia não monitora apenas a noite do paciente, mas sim todo o período de uso do aparelho. Desse modo, é possível efetuar um rastreamento mais amplo e fiel ao dia a dia do paciente, em comparação com os resultados obtidos em exames laboratoriais.
Além disso, consegue-se monitorar a qualidade de sono no ambiente natural do paciente. Isso é relevante, já que algumas pessoas não conseguem dormir no laboratório (o que seria necessário na polissonografia).
Essa também é uma boa opção para pacientes que dormem durante o dia, como bebês. O sono diurno é responsável por até 20% do sono no primeiro ano de vida. Aos 6 anos de idade, 5% das crianças ainda cochilam.
Existe alguma contraindicação para a actigrafia?
Não há contraindicações para a actigrafia. No entanto, nem sempre ela será o exame mais adequado para o paciente. Cabe ao médico avaliar cada caso individualmente e recomendar o método adequado para completar o diagnóstico.
O especialista pode julgar necessária, por exemplo, a realização de uma polissonografia — exame considerado padrão ouro para identificação de distúrbios de sono, por ser mais detalhado, controlado e padronizado.
Qual é a confiabilidade da actigrafia?
A actigrafia vem sendo mais utilizada na prática clínica e nas pesquisas científicas à medida que a tecnologia e os algoritmos que processam os dados extraídos pelo exame avançam.
Estudos recentes concluíram que o grau de confiabilidade da actigrafia é superior a 90%, com variações de acordo com o grupo populacional. Nas últimas décadas, mais de 200 artigos científicos foram publicados a respeito da validade da actigrafia, que já é amplamente aceita como um método relevante para o estudo de distúrbios de sono e do ciclo circadiano.
Polissonografia ou actigrafia, qual exame é melhor?
Ambos os exames são válidos em situações diferentes. A actigrafia não tem o mesmo nível de precisão alcançado pela polissonografia. Em compensação, ela possibilita o rastreamento do comportamento do ciclo vigília-sono 24h por dia durante um período prolongado e no ambiente real de vida do paciente.
Na população adulta e saudável, a actigrafia tem bom custo-benefício e pode ser suficiente para complementar o diagnóstico médico. Já para casos mais complexos e graves, a confiabilidade dos resultados é menos satisfatória.
Dessa forma, ambos os exames podem ser úteis, a depender do distúrbio de sono investigado e do estágio de evolução da doença.
Quais exames o Instituto do Sono realiza?
Indicados para diagnosticar os diferentes distúrbios de sono, os nossos exames são realizados por uma equipe multidisciplinar, responsável pelo preparo e monitoramento dos pacientes e pela análise dos registros.
Entre os exames disponíveis no Instituto do Sono estão:
- Actigrafia;
- Polissonografia no laboratório (tipo 1);
- Polissonografia domiciliar (tipo 2);
- Rastreio Apneia (poligrafia domiciliar ou tipo 3);
- Teste das Múltiplas Latências do Sono (TMLS);
- Titulação de CPAP Domiciliar.
Todos os exames são realizados mediante solicitação médica.
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