Qualidade de sono e obesidade infantil: qual é a relação?

Publicado em 01/06/2023

Dia da Conscientização contra a Obesidade Infantil

Quem dorme menos tem mais chances de engordar. Esse fato não tem a ver com passar mais tempo sonhando do que comendo. Na verdade, a privação de sono eleva a produção de grelina, hormônio responsável por estimular a fome. Devido ao aumento do apetite, a ingestão calórica em excesso pode levar à obesidade, uma doença crônica que atinge mais de 1 bilhão de pessoas no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

A obesidade não tem preferência por faixas etárias. Ainda de acordo com a entidade, existem 39 milhões de crianças obesas em todo o planeta, além de 340 milhões de adolescentes. Dados como esses ressaltam a importância da adoção de hábitos saudáveis ainda nos primeiros anos de vida, incluindo o cuidado com a qualidade de sono.

O que contribui para o ganho de peso em crianças?

Comer em excesso nem sempre é a única causa da obesidade infantil, embora uma alimentação nutritiva e balanceada seja primordial. Predisposição genética, fatores hormonais, sedentarismo, transtornos psicológicos e má relação familiar também podem aumentar o risco de acúmulo de gordura na criança. Até mesmo a nutrição inadequada da mãe durante a gestação e a amamentação em curto período influenciam no desenvolvimento da obesidade.

Porém, o que muitos não sabem é que dormir bem deve ser uma das estratégias para a prevenção da obesidade infantil. Uma pesquisa sistemática publicada na Revista Sleep mostrou que o sono de menor duração está associado a uma maior probabilidade de desenvolvimento de sobrepeso ou obesidade em crianças.

Por que a má qualidade de sono pode levar à obesidade infantil? 

Um dos motivos é a desregulação hormonal provocada pela privação de sono. Além do aumento da grelina, a produção de leptina também é afetada, sendo este hormônio responsável por promover o gasto calórico, regular o metabolismo e controlar os níveis de glicose no sangue. Ainda, os níveis de cortisol, conhecido como hormônio do estresse, costumam subir após noites mal dormidas, o que está diretamente associado ao ganho de peso.

Quando os pequenos dormem mal, os padrões alimentares podem se tornar irregulares, sobretudo devido a alterações de humor, irritabilidade e sonolência diurna. Não é incomum que a criança, para colocar o sono em dia, pule refeições essenciais ou aumente o consumo de alimentos ricos em açúcar na tentativa de regular as emoções, por exemplo.

Sentir muito sono durante o dia também tende a provocar fadiga e indisposição para realizar as atividades do cotidiano. Consequentemente, a vontade de brincar, pular, correr e praticar esportes diminui, o que contribui para o sedentarismo e dificulta a eliminação de calorias.

Como ajudar a criança a dormir melhor? 

A higiene de sono é uma das melhores maneiras de proporcionar noites tranquilas e reparadoras para os pequenos. Esse termo é usado para designar um conjunto de regras e práticas que buscam preparar e treinar o organismo para induzir o sono e para que o horário de dormir seja sempre um momento agradável.

Entre as principais recomendações de higiene de sono estão:

  • Estabelecer horários fixos para dormir e acordar;
  • Evitar uso de telas, como celular e TV, antes de dormir;
  • Tomar um banho morno pode ajudar a criança a relaxar;
  • Promover um ambiente escuro ou com baixa luminosidade e silencioso;
  • Deixar o pequeno dormir na própria cama ou berço;
  • Preparar a criança com pelo menos uma hora de antecedência para que ela entenda que o momento de descansar está chegando e, assim, fazê-la desacelerar;
  • Oferecer uma refeição leve e de fácil digestão à noite;
  • Evitar o excesso de líquidos perto da hora de dormir.

De acordo com a Academia Americana de Medicina do Sono, para as crianças, o tempo ideal de sono varia de acordo com a idade. Confira as recomendações para cada faixa etária:

  • 4 a 12 meses: 12 a 16 horas de sono por dia;
  • 1 a 2 anos: 11 a 14 horas de sono por dia;
  • 3 a 5 anos: 10 a 13 horas de sono por dia;
  • 6 a 12 anos: 9 a 12 horas de sono por dia;

Se a higiene do sono e as mudanças de hábitos não forem o suficiente para ajudar a criança a dormir melhor, é fundamental que os responsáveis busquem a ajuda de um profissional da área para tratar o problema.

Para isso, você pode contar com a renomada e qualificada equipe do Instituto de Sono, que possui pediatras especialistas em Medicina do Sono.

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