Saiba o que causa insônia e como tratar

Publicado em 16/12/2020

Mulher sentada na cama com dificuldade de dormir

De modo geral, dormir bem está associado a um bom rendimento social e profissional durante o dia. Isso porque o sono tem funções importantes para a manutenção da saúde e funcionamento adequado do organismo. Mas, existe um distúrbio de sono que é uma queixa frequente entre muitas pessoas: a insônia. A seguir, explicamos o que é e o que causa insônia.

Rotina de sono e saúde

Os dados atuais dizem que abordar a saúde do sono é importante em intervenções para a promoção da saúde mental e física. De fato, nosso organismo funciona melhor quando há uma rotina de sono e vigília, pois o sono influencia o funcionamento adequado de todos os órgãos.

Assim, devemos estar atentos à quantidade de horas de sono e aos horários adequados de dormir e acordar, que podem variar entre as pessoas.

O que é insônia?

Nas classificações atuais, insônia é caracterizada por dificuldade para iniciar ou manter o sono ou ainda despertar precoce pela manhã. Frequentemente, os insones relatam que o seu sono não é satisfatório e que apresentam prejuízo no seu desempenho durante o dia. A fadiga é um dos principais sintomas diurnos desses pacientes e deve ser diferenciada do cansaço.

A fadiga é uma incapacidade de manter o funcionamento ao nível normal da capacidade da pessoa. Dessa forma, manifesta-se como uma sensação de falta de energia não justificada por esforços intensos.

Além disso, a insônia pode ser aguda ou crônica. A insônia crônica é aquela que ocorre pelo menos três vezes por semana por no mínimo três meses. De acordo com um estudo do Instituto do Sono, 15% da população adulta geral de São Paulo apresenta insônia crônica.

O que causa insônia?

Em determinadas situações, como trabalhos em turno (com horários irregulares ou noturnos), pandemia e doenças na família, nosso sono pode ser afetado de maneira significativa e sintomas de insônia podem aparecer. Do mesmo modo, nosso dia a dia será afetado, inclusive por alterações do ritmo vigília-sono (horários de dormir e acordar) e isso também pode predispor o indivíduo a desenvolver insônia. Desse modo, o uso em excesso de mídias eletrônicas pode levar ao atraso para ao início do sono ainda maior.

Outro ponto relevante é o papel da exposição ao estresse prolongado, que pode favorecer o aparecimento de insônia naqueles indivíduos predispostos. Portanto, o estresse pode ser um fator desencadeante, que dependerá de outros fatores psicológicos e biológicos que influenciarão o aparecimento e o prolongamento da insônia.

Como tratar a insônia?

O tratamento da insônia inclui a abordagem de todas as doenças clínicas e mentais detectadas. Na sequência, a terapia cognitivo comportamental que inclui alguns objetivos, tais como:

  • Modificar os hábitos inadequados com relação ao sono
  • Reduzir a reação exagerada de despertar
  • Alterar crenças e atitudes disfuncionais sobre o sono
  • Educar os pacientes sobre práticas saudáveis

Alguns medicamentos são aprovados para o tratamento da insônia crônica e aguda pelas agências de vigilância de vários países. Geralmente, são associados às terapias cognitivo comportamentais, quando disponíveis.

Quando é hora de procurar ajuda?

Quando os problemas do sono persistem e estão prejudicando o seu humor ou capacidade de funcionar durante o dia, é importante que você procure ajuda médica.

Confira também em nosso site dicas de alguns cuidados que podem ser positivos para ter hábitos adequados ao sono.


Dra. Dalva Poyares – Neurologista, certificada em Medicina do Sono pela Associação Médica Brasileira, com Doutorado em Neurociências pela UNIFESP

Professora Livre-Docente da Disciplina de Medicina e Biologia do Sono do Departamento de Psicobiologia da UNIFESP.

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