Acidentes de trabalho e privação de sono: qual é a relação?

Publicado em 16/12/2022

A privação de sono é uma condição que gera consequências em todos os âmbitos da vida de uma pessoa. Sonolência excessiva, fadiga, redução da atenção e até alucinações são alguns dos prejuízos enfrentados. Os efeitos que esse problema pode provocar no cérebro são semelhantes aos gerados pelo consumo de bebidas alcoólicas, de acordo com uma pesquisa publicada em 2017 na revista científica Nature. Dormir mal compromete a comunicação entre os neurônios, podendo resultar em lapsos de memória e distorções visuais, assim como o álcool. 

É recomendável que um adulto durma cerca de 7 a 9 horas por dia, segundo recomendação da Associação Brasileira do Sono (ABS). No entanto, a realidade é bem diferente: a mesma instituição aponta que os brasileiros dormem, em média, apenas 6,4 horas. O período tende a ser ainda menor para trabalhadores com cargas horárias extensas e períodos curtos de descanso, além daqueles que trabalham em turnos ou precisam trocar a noite pelo dia.

Neste caso, é preciso fazer um alerta: conforme estudo realizado nos Estados Unidos, 7% dos acidentes de trabalho estão relacionados à privação de sono. Quer saber mais sobre o assunto? Continue lendo este artigo!

Como a privação de sono pode causar acidentes de trabalho? 

O acidente de trabalho é classificado como aquele que ocorre pelo exercício do emprego, causando lesão corporal ou perturbação funcional que provoque a morte, perda ou redução da capacidade de exercer as atividades laborais, seja de forma temporária ou permanente, como dispõe o art. 19 da Lei nº 8.213/91.

Apenas em 2020, foram mais de 40 mil acidentes de trabalho registrados pelo Ministério do Trabalho e Previdência (MTP). Entre as eventualidades mais comuns, estão a queda de alturas, colisão de veículos, eletrocussão e queimadura, além das acarretadas pelo mau uso de máquinas e ferramentas.

Isso acontece porque a privação de sono pode reduzir a atenção, os reflexos, o ritmo mental e a coordenação. Também tende a diminuir o tempo de reação, que é um intervalo entre um estímulo e uma ação motora. Consequentemente, dormir de forma insuficiente representa um risco para a saúde do profissional, mas também de outras pessoas. 

A sonolência é responsável por mais de 40% dos acidentes na estrada, segundo a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (ABRAMET). Porém, outros locais de trabalho também merecem atenção redobrada, como as operações industriais, as plataformas petroquímicas e as unidades de saúde.

Ainda são consideradas acidentes de trabalho as doenças adquiridas ou geradas pelas condições em que a função é realizada. A Síndrome de Burnout é uma das doenças ocupacionais que foi incluída na Classificação Internacional de Doenças (CID) da Organização Mundial da Saúde (OMS) em janeiro de 2022.

A Síndrome de Burnout está diretamente relacionada à qualidade de sono, uma vez que as consequências de dormir mal, como estresse, mudanças de humor e fadiga, podem aumentar os riscos de desenvolvê-la. O Ministério da Saúde (MS) recomenda que as pessoas tenham uma boa noite de sono, por pelo menos 8h diárias para prevenir essa condição.

Leia também: Conheça as conexões entre síndrome de Burnout e sono

Como melhorar a qualidade de sono dos trabalhadores? 

Manter um período de sono adequado diariamente é a principal orientação para quem deseja dormir melhor e, assim, evitar acidentes de trabalho. Também é importante que o trabalhador não realize suas atividades por tempo prolongado sem intervalos, além de praticar ações que contribuam para a higiene do sono. 

A higiene do sono é um conjunto de medidas que contribuem para o processo do adormecer, proporcionando tranquilidade e relaxamento. Logo abaixo constam algumas recomendações sugeridas:

  • evitar bebidas estimulantes, como cafeína e achocolatado, pelo menos 6 horas antes de dormir;
  • praticar atividade física com regularidade, preferencialmente até 2 horas antes do sono;
  • não utilizar aparelhos telefônicos e televisores pelo menos 1 hora antes de dormir;
  • manter o quarto escuro, silencioso e com temperatura confortável;
  • não consumir alimentos em grande quantidade próximo ao horário de dormir;
  • evitar fumar ou consumir bebidas alcoólicas, principalmente no período da noite.

No caso dos motoristas, a sonolência pode ser reduzida por meio de cochilos de 30 minutos durante os intervalos das viagens. Pessoas que trabalham em turnos ou com longas jornadas devem realizar uma avaliação polissonográfica e consultar um profissional em Medicina do Sono. Essas recomendações são fundamentais para diminuir os efeitos negativos à saúde e os riscos laborais, além de melhorar a produtividade e a eficiência.

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