Hipersonia: conheça o distúrbio que provoca um “sono infinito”.

Publicado em 22/11/2022

O famoso personagem Soneca, um dos 7 anões da Branca de Neve, é conhecido por seu cansaço e sonolência. Bocejos frequentes e olhos caídos são sua marca registrada, sempre ansioso pela hora de dormir.

Embora seja retratado na ficção, o problema do soneca existe na vida real e tem um nome: hipersonia. Trata-se de um distúrbio de sono que provoca sonolência diurna excessiva e/ou sono prolongado à noite.

No geral, os indivíduos não enfrentam dificuldades para adormecer. Porém, independente do tempo de duração do sono, dormir não é o suficiente para acabar com o cansaço. Bocejar o dia todo, sentir fadiga e acordar irritado são situações que fazem parte da rotina de quem tem hipersonia.

Por conta dos sintomas semelhantes, a hipersonia pode ser confundida com a narcolepsia. Para entender a diferença entre os 2 distúrbios de sono, continue a leitura.

Hipersonia e narcolepsia: como diferenciá-las?

A narcolepsia também tem a sonolência diurna excessiva como principal sintoma. Porém, o indivíduo costuma ter dificuldade para adormecer, além dos quadros de cataplexia, alucinações hipnagógicas e paralisia do sono.

Pacientes com hipersonia tendem a dormir bem. Inclusive, podem ter dificuldade para acordar do sono noturno ou cochilos diurnos. As alucinações e perda súbita da contração dos músculos não estão presentes nesse distúrbio de sono, ao contrário da narcolepsia.

Quais são os tipos de hipersonia?

O distúrbio de hipersonia pode ser dividido em 2 tipos: primário e secundário.

A hipersonia primária é caracterizada pelo sono prolongado, com duração entre 12 e 14 horas, além da grande dificuldade para acordar. Esses sintomas persistem por, no mínimo, 3 meses. Normalmente, não existe causa conhecida para a sonolência diurna.

Já na hipersonia secundária o sono é mais reduzido: dura, em média, de 6 a 10 horas. Despertar é um obstáculo, tanto durante a noite quanto dos cochilos, mas dormir também pode ser difícil. No geral, está associada a outros problemas de saúde, como a apneia obstrutiva do sono.

Quais são as causas da hipersonia?

Em determinados quadros, as causas para a hipersonia podem não ser identificadas, nem mesmo as alterações no ritmo circadiano. No entanto, há fatores de risco que aumentam a probabilidade de desenvolver a sonolência diurna excessiva. Conheça alguns deles abaixo:

●     doenças e traumas que afetam o cérebro;

●     uso de sedativos e tranquilizantes;

●     ingestão de bebida alcoólica;

●     depressão;

●     hipotireoidismo;

●     obesidade.

A causa da hipersonia também pode ser genética e até decorrente dos efeitos colaterais de determinados medicamentos.

Quais são as consequências da hipersonia?

O paciente que sofre com hipersonia costuma ser pouco compreendido. Muitas vezes, confundem sua sonolência excessiva como preguiça ou falta de interesse nas atividades diárias.

Como o indivíduo tem dificuldade para acordar, tende a programar diversos alarmes para despertar, provocando irritação e desorientação durante a manhã. Outros problemas enfrentados são fadiga, falta de concentração, perda de memória e até problemas de movimento.

Todos esses fatores são capazes de afetar a vida social e o desempenho na escola ou trabalho. Inclusive, não é recomendado que pessoas com hipersonia dirijam ou operem máquinas perigosas enquanto estiverem com sono. Por isso, diagnosticar e tratar a condição devem ser prioridades para recuperar a qualidade de vida.

Como diagnosticar e tratar a hipersonia? 

Para chegar ao diagnóstico da hipersonia, o médico especialista faz uma análise do histórico de saúde do paciente e avalia suas queixas, ou seja, a frequência dos sintomas e os prejuízos que provocam. Também é necessário realizar exames de imagem e laboratoriais, além daqueles que avaliam especificamente o sono, como a polissonografia.

Não existe um tratamento único para todos os casos. Na verdade, varia de acordo com as causas e características do paciente. O uso de medicamentos como estimulantes, anfetaminas e antidepressivos são terapias possíveis, além de equipamentos como o CPAP e mudanças no estilo de vida.

A higiene do sono é fundamental para reduzir as consequências da hipersonia. Entre os hábitos recomendados estão:

  • não ingerir álcool;
  • estabelecer horários regulares para dormir e acordar;
  • não ficar acordado até mais tarde;
  • ficar longe das telas antes do sono;
  • evitar cafeína e estimulantes antes de ir para a cama;
  • dormir em um ambiente agradável e confortável.

Se você sente muito sono durante o dia inteiro há mais de 3 meses, mesmo após longos períodos dormindo, busque ajuda médica especializada. Além de ser um risco para a sua saúde, a hipersonia prejudica a vida social e a capacidade cognitiva. 

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