Muito sono? Saiba o que pode ser e o que fazer
Publicado em 30/04/2021
Desde que começou a edição 2021 do reality show Big Brother Brasil, a participante Pocah virou alvo de piadas, memes e questionamentos. Tudo isso por causa de muito sono e das muitas horas que ela passa dormindo, inclusive durante o dia.
Algumas pessoas perguntam se tanto sono não esconderia uma condição de saúde. Já outras se identificaram com a participante e sua demanda aparente de descanso constante.
Sentir vontade de dormir com frequência não necessariamente significa que há um distúrbio de sono. Esse é uma condição que afeta cerca de 20% da população em geral. Mas é importante investigar, pois pode ser um sinal do organismo avisando que algo precisa melhorar.
Neste artigo, você vai aprender a reconhecer o que pode ser considerado sonolência excessiva e entender as suas principais causas.
O que é a sonolência diurna excessiva?
A sonolência diurna excessiva é definida como a dificuldade em permanecer acordado ou alerta, ou um desejo exacerbado de dormir durante o dia. A principal característica é que o sono ocorre de maneira não intencional e em horários inadequados quase diariamente por pelo menos três meses.
Além do desejo de dormir, há outros sintomas que caracterizam a sonolência excessiva. São eles:
- Dificuldade de se manter alerta
- Irritabilidade
- Problemas de memória
- Falta de foco
- Dificuldade em tomar decisões
- Lentidão
7 causas de muito sono
1. Falta crônica de sono
Um dos motivos mais comuns para a sonolência excessiva é a falta de sono crônica. Há pessoas que trabalham em turnos, como médicos e enfermeiros, que fazem plantão. Há quem troque o dia pela noite, há pessoas que sofrem com a insônia e há aqueles que simplesmente não têm rotina adequada para dormir. Quem apresenta má qualidade de sono ou acorda várias vezes ao longo da noite também pode ter sono em excesso durante o dia.
Todos esses fatores prejudicam a necessidade de repouso do organismo, e uma consequência natural é a sensação de sono ao longo do dia, uma vez que as noites não são suficientemente reparadoras.
Além do desconforto imediato, a privação de sono frequente está associada ao desenvolvimento de doenças crônicas como diabetes, obesidade e doenças cardíacas.
2. Hábitos de vida inadequados
A sensação de sonolência pode ser mais intensa quando se é sedentário, fumante ou está acima do peso.
Uma pesquisa da Penn State College of Medicine demonstrou que o aumento de peso e gordura corporal estão relacionados à maior produção de citocinas – substâncias produzidas pelo sistema imunológico que seriam responsáveis pela fadiga.
O uso de substâncias que afetam o sistema nervoso central, como álcool ou narcóticos, também pode aumentar a sensação de sonolência ao longo do dia.
3. Presença de doenças
Doenças crônicas e transtornos mentais são frequentemente acompanhados de aumento da vontade de dormir. São exemplos:
- Depressão
- Ansiedade
- Esquizofrenia
- Lúpus
- Doença de Parkinson
- Esclerose múltipla
- Câncer
- Dor crônica
- Obesidade
- Hipotireoidismo
4. Uso de medicamentos
Inúmeros medicamentos têm como efeito colateral o sono. É fundamental conversar com o médico. Se o estado de sonolência atrapalhar a concentração, as funções cognitivas e a realização das tarefas do dia a dia, o medicamento deve ser revisto. É possível repensar o melhor horário para a tomada dos medicamentos ou mesmo realizar ajustes de dose ou da medicação.
Ansiolíticos, antidepressivos e estabilizadores do humor são algumas das medicações que causam esse tipo de efeito.
5. Apneia do sono
A apneia obstrutiva do sono é um distúrbio no qual o paciente apresenta pausas da respiração durante a noite, associadas a engasgos, ronco e respiração ofegante. Também é comum acordar com frequência e ter sono inquieto.
A progressão natural dos estágios de sono é constantemente interrompida e a pessoa não tem a sensação de descanso reparador. Como consequência, sente cansaço nas atividades diárias e uma necessidade permanente de dormir mais.
6. Hipersonia idiopática
Uma pessoa é diagnosticada com hipersonia idiopática quando precisa dormir mais que o normal e sente muito sono durante o dia, mas não foi detectado nenhum outro distúrbio de sono subjacente ou causa aparente.
Os sintomas geralmente começam entre a adolescência e a idade adulta. Pode haver dificuldade de acordar do sono noturno ou de cochilos diurnos, e dormir mais horas parece não resolver o problema.
Não existe um tratamento específico para esse distúrbio. O médico avaliará junto com o paciente medidas que amenizem os sintomas, podendo, em alguns casos, utilizar medicamentos estimulantes que contribuam para a qualidade de vida.
7. Narcolepsia
A narcolepsia é um distúrbio decorrente da instabilidade do sono REM. O sono REM é aquele momento do sono em que ocorrem os movimentos rápidos dos olhos, sonhos e relaxamento máximo dos músculos. Além da sonolência excessiva diurna, o paciente com narcolepsia sofre com com paralisia do sono, alucinações, fragmentação de sono e cataplexia. Este último é um fenômeno de perda súbita da contração dos músculos do corpo, que leva a quedas sem a perda de consciência.
Esse é um distúrbio específico, raro, que precisa ser diagnosticado e tratado por médico especialista
Diagnóstico e tratamentos
Para detectar a causa do sono excessivo, é importante procurar um médico especialista. Ele avaliará todos os fatores relatados pelo paciente e pedirá exames laboratoriais. É possível que seja recomendada também a realização de exames específicos para o monitoramento da qualidade de sono. A partir daí, será possível realizar um diagnóstico bem embasado e buscar as melhores soluções para cada situação.
O tratamento pode envolver o ajuste ou suspensão de medicações que já estejam sendo tomadas, a adoção de hábitos relacionados à higiene de sono e, eventualmente, o uso de novos medicamentos ou outros recursos específicos.
Aqui no Instituto do Sono temos uma clínica com diversos especialistas na área. Para marcar uma consulta, acesse aqui.